Neste ano de 2020, são celebrados os 30 anos da comunidade brasileira no Japão, contados a partir da alteração na Lei de Imigração japonesa, em junho de 1990, que deu início ao chamado “fenômeno dekassegui”. Uma ponderação importante que pode ser feita é: mais que um marco comemorativo, este momento é um imperativo à reflexão.
O perfil do trabalhador brasileiro que vem ao Japão mudou bastante nessas três décadas, assim como seus objetivos. No início, a grande maioria pretendia ficar no arquipélago por apenas alguns anos e retornar ao Brasil. Com o tempo, muitos foram se acostumando à nova rotina em solo nipônico e, atualmente, muitos já decidiram ficar em definitivo no Japão. De meros “dekasseguis”, tornaram-se imigrantes.
Um ponto comum para muitos desses trabalhadores é a falta de planejamento – profissional e de vida. Ainda que boa parte se deixe levar pelas circunstâncias que surgem (e nem sempre elas são previsíveis) poucas são as pessoas que têm consciência sobre como é possível trabalhar em áreas diferenciadas, muito além do chão de fábrica, e progredir em uma carreira estável e com remunerações mais vantajosas.
É para apresentar esses novos caminhos para os brasileiros que surgiu o portal Alo Shigoto. Nosso intuito é conscientizar os trabalhadores sobre a importância – e possibilidade – de obter qualificação profissional para ampliar o horizonte de oportunidades.
Como suporte, temos também o projeto Tenshoku Shien, que orienta e assessora os candidatos gratuitamente para que eles consigam ingressar em empresas japonesas como Seishain – modalidade que lhes assegura estabilidade no emprego e a possibilidade de progredir na carreira, com remunerações que também podem crescer com o passar do tempo e o acúmulo de experiência.

30 anos de comunidade brasileira: um imperativo à reflexão